11ª Instalação
Virtual
Inaugurada em outubro, 2020.
A pandemia de Covid-19 chegou seis meses após a 10ª edição da Instalação e os planos do circuito 2020 precisaram ser adiados por tempo indeterminado.
Para que o acervo científico e artístico da Instalação (2018-2019) continuasse vivo, foi criada uma linha editorial e de formação multimídia e multiplataformas com livros, websérie, revistas, redes sociais e disciplinas acadêmicas que, nos mares da virtualidade, juntaram gente pela liberdade de morar e de ser.
Assim, buscando uma comunicação pública que amplia fronteiras e consolida uma comunidade de intercâmbios de pesquisa, a 11ª Instalação surgiu, em outubro de 2020, com o catálogo das Instalações, em ebook gratuito, e um número especial da revista “Saúde em Debate”, editada em parceria com o Cebes.
De 2020 a 2022, lançamos os primeiros três episódios da websérie Retratos da Reforma Psiquiátrica Brasileira, com narrativas dos usuários de Saúde Mental, todos ex-internos, de Juiz de Fora (MG), Barbacena (MG) e Paracambi (RJ); a série de recortes audiovisuais Trabalhadoras, com trabalhadoras da atenção psicossocial das mesmas cidades; o segundo ebook gratuito, Cadernos da Reforma, com a voz dos gestores, formuladores e trabalhadores das políticas públicas de Saúde Mental, e um número especial da revista “Ciência & Saúde Coletiva”, editada em parceria com a Abrasco.
Na Escola de Governo Fiocruz Brasília, o ciclo da educação formal do Mestrado em Políticas Públicas em Saúde passou a ofertar disciplinas online com recorte da História, Políticas Públicas e Justiça Social no âmbito da Saúde Mental, discutindo o lugar da ciência e da cultura, a produção do lugar social e a desestruturação da atenção psicossocial no Brasil de hoje, valendo-se dos acervos próprios de pesquisa e dos debates da conjuntura.
Para visibilizar todas essas produções, tecemos redes sociais e canais de comunicação para o fortalecimento da Ciência Cidadã, incluindo a parceria com a equipe do repositório institucional de Ciência Aberta da Fiocruz (Arca Dados). Hoje, boa parte desse conjunto documental está disponibilizado institucionalmente.
Entre os fazeres e saberes editorial, audiovisual e pedagógico, formou-se bordado circular que só foi possível porque muitas pessoas trabalharam antes de nós pelo Sistema Único de Saúde e pela Reforma Psiquiátrica Brasileira antimanicomial e muitas outras pessoas precisam vir para essa cena social.
" ... eu lembro que alguns críticos falavam que nós estávamos humanizando o hospital psiquiátrico, mas é claro que temos que humanizar o hospital psiquiátrico! ...enquanto ele existir, tem que ser humano."
Domingos Sávio Alves
(Médico Neurologista e Sanitarista, com especialização em Psiquiatria Social - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz)
"...Barbacena tinha seis hospitais psiquiátricos (até o ano de 2000), uma empresa da loucura. Devido a existir na cidade muitas pessoas que tinham patrimônio, eram empresas e pessoas politicamente fortes e socialmente num lugar muito "especial", entendemos que "desospitalizar" já não era mais o nosso maior obstáculo. Teríamos que começar um processo de "desinstitucionalização."
Leandra Vilhena Vidal
(Assistente social em Barbacena - MG)